Ontem fomos às festas, duas, no mesmo dia, com artistas diferentes.
À tarde foi a do lagarto com óculos escuros, sim , porque ainda me custa a acreditar que dentro daquele disfarce (magnífico, diga-se) estivesse o meu filho G., a rastejar pelo chão, a fazer vergonha a qualquer lagarto que se preze, a respeitar, imagine-se, toda a coreografia que a educadora lhe ensinou. E eu que às vezes nem uns calções lhe consigo enfiar e ontem, lá estava ele de meia calça verde e um fato feito de esponja, sem se queixar da comichão ou do desconforto de não conseguir manter a cabeça de fora.
A festa foi linda, todos os meninos tiveram um desempenho exemplar, só esta mãe é que falhou, porque se esqueceu de levar a máquina fotográfica para a festa (até estava na mala do carro...) e passou a noite com a consciência no chão por não se ter preocupado com isso. Porque é que somos diferentes com o 3º filho. Que vergonha!!!
Eu falei em festas, porque à noite foi a nossa bailarina a brilhar como pássaro azul no espectáculo da Bela Adormecida que a sua escola de dança apresentou. Depois de uns ensaios em que as coisas não correram de feição e depois das dúvidas esclarecidas (porque não aguento choros em casa só porque não percebeu como é que se faz!), o espectáculo correu lindamente. Como sempre, esta escola brinda-nos com espectáculos de excelente qualidade, de grande rigor técnico, e com toda a prata da casa.
A L. saiu eufórica, com uma rosa na mão (na foto) e perdida de riso com o que a professora lhes mandou dizer antes de entrar em palco "muita m...", para dar sorte. Pode não ser educativo, pode até nem ser bonito, mas que dá sorte dá! Ou eu não fosse irmã de músico e não conhecesse já estes rituais. Achei fantástica aquela sensação de confiança no palavrão, mas não o demonstrei em demasia porque o diabrete não se calava com aquilo e até lhe disse que se fosse dito depois do espectáculo podia dar azar. Calou-se imediatamente!
O meu companheiro da noite foi o J. que, apesar de louco de ciúmes pelo protagonismo da irmã, rápido percebeu que só teria lugar no estrelato se se unisse a ela e até já queria ser bailarino...
Só foi pena unir-se de mais: pegou nela ao colo e não a largou no chão quase até chegarmos ao carro.
No regresso a casa, vieram as conclusões de moralidade típicas da minha filha:
- Sabes mãe, disse à professora que a dança é para se esforçar e divertir. Se fosse só para divertir, não corria tão bem. Também que lhe disse que nunca mais na vida ia deixar aquela escola, porque gosto muito do ballet e fazemos espectáculos muito bonitos!
- E a tua professora o que disse.
- Deu-me um abraço muito apertado.
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