quinta-feira, 16 de fevereiro de 2012

Gladíolo



O rapaz de bronze, de Sophia de Mello Breyner, é um dos livros que integram o plano curricular de língua portuguesa do 6º ano.
A Leonor esteve a estudar esta obra há um mês atrás e para a acompanhar, voltei a ler o livro.

Esta, como, de resto, todas as histórias de Sophia, é uma história fabulosa, com uma dinâmica inesperada porque se desenvolve na escuridão da noite, mas que transmite luz e cor em cada frase que relata a preparação da festa das flores. Os papéis invertem-se e os protagonistas da história são as flores do jardim da casa da Florinda, que vai embelezar a festa, colocando-se em cima de uma jarra, como se de uma verdadeira jarra de cristal se tratasse e a menina uma bela flor perfumada.


Há algum tempo atrás, a escola de dança onde a Leonor andava, apresentou um espetáculo com a adaptação desta obra à dança, onde ela dançou como flor de muget, o que tornou a história mais presente na sua memória.

Uma das perguntas da fichas de trabalho era a caracterização de cada uma das personagens, as flores, evidenciando os seus atributos e as suas preferências. 

Percorrendo o texto e retirando dele todas as particularidades de cada uma das flores,  havia uma que a atraía mais do que as outras, que lhe despertava mais interesse que qualquer outra flor, era o gladíolo.

Que engraçado, pensei eu, nem é uma flor especialmente bonita, comparada com uma tulipa ou uma orquídea ou mesmo uma flor de muget, de que tomou forma no espetáculo de dança.





Disse-me então que o que a tornava parecida com o gladíolo, era o mesmo gosto pelas festas e pela alegria de estar entre os amigos. Gosta de sair, de rir, de se divertir e de aproveitar todos os minutos que o dia, e a noite, lhe reservam.

A paixão que o gladíolo sente pelas outras flores, é o mesmo carinho que ela sente por todos os seus amigos, que rapidamente passam do estatuto de conhecidos a melhores amigos e para quem liberta esse seu perfume que irradia alegria. Para ela, todas as festas são imperdíveis e oportunidades únicas de estar com os amigos. Se pudesse, recebia em casa cada um deles e, de preferência, todos juntos.

Digo eu que, não sendo vaidosa como o gladíolo da história, não podia estar mais certa. 

A Leonor é um gladíolo lindo e perfumado, por dentro e por fora!

3 comentários:

Anónimo disse...

Olá Isabel, não imagina como sentia falta destas suas histórias. Continue a deliciar-nos com a sua forma doce de analisar a vida. Faz-me passar para outra dimensão ( não se esqueça que o meu mundo são os numeros )

Bjs

Maria da Graça

Natália disse...

Que lindo! Aquece a alma ver que há nestes tempos tão "gélidos" vivências tão bonitas. Parabéns para o gladíolo, a jardineira, o jardim, e todos os seus companheiros, sejam eles flores arbustos ou ervinhas pacíficas. Que encontrem sempre sol, chuva, substracto para florescer e alegrar os nossos "espaços interiores".

Tereclopes disse...

Bem... fiquei sem palavras. Para quando o livro para quando?Obrigada Isabel nunca deixes de aqui vir para nos dar estes banhos de beleza e magia.Que linda a maneira como falaste da tua filha, adorei.