...em casa. Parecia que já nada me faria surpreender as façanhas dos meus filhos, mas, de facto, a sua imaginação é inesgotável.
Desta vez foi a L. que, desenvolvendo a sua arte de contorcionismo, malabarismo, equilibrismo e outros ismos que só acabam em tombos (agora já não rimou!), resolveu pendurar-se no...candeeiro...do TECTO da sala, qual Jane na liana do seu Tarzan. Apesar de baixinha (ou não tivesse a quem sair!) e levesinha (o G., que é 3 anos mais novo, está a 2 Kg de lhe igualar o peso), conseguiu suspender-se no dito objecto, normalmente destinado a iluminar a sala, e estatelar-se no sofá com a ameaça de levar com 6 lâmpadas e respectivos abajours na cabeça. O sofá, que antes utilizou como escada, serviu-lhe depois como amortecedor da queda. Ficou então o candeeiro preso ao tecto pelos fios eléctricos e na eminência de abrir mais uma fenda na cabeça da menina. Valeu a acção rápida da avó, que imediatamente subiu a uma escada, daquelas normais, para desligar os fios e retirar o candeeiro do sítio onde ele se encontra já há 20 anos. Pode-se dizer que esteve "por um fio" uma nova ida ao pediatra e um novo corte e costura na mesma cabeça sem juízo. E eu ainda digo que a L. é a mais sossegada...
A verdade é que esta menina tem realmente tendência para o abismo, não há objecto que ela não tropece, não há sofá que ela não escale, de cabeça para cima ou de cabeça para baixo e até a jantar ela se senta em pelo menos 25 posições. Nem me atrevo a tentar descrevê-las. Já todos lhe chamamos "macaquinha" tantas são as suas habilidades e contorções nos mais estranhos espaços e objectos.
Com uma grande "cara de pau", hoje de manhã, após uma breve dissertação sobre os tipos de fruta que ela aprecia, ela conclui dizendo:
- Sabes mãe, eu acho que a fruta que devia comer sempre é a banana!
- Porquê?-pergunto.
- Então eu não sou uma macaquinha???
(...)
Resta-me a esperança de pensar que, se a catraia não brilhar no ballet, sempre pode tentar o mundo do circo...!
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