quinta-feira, 30 de outubro de 2008

Amigo dos animais

A paixão do Pedro já é blog.

O minizoo chegou à blogosfera, depois de uma breve apresentação.

Vou estar de olho.

Espreitem também!

quarta-feira, 29 de outubro de 2008

planetas

O fim de semana foi curto para ouvir tanta e tão boa música.

Na noite de sexta feira fomos à ópera, "provar" o Elixir do amor, de Gaetano Donizetti,e encontramos uma encenação bem ao gosto de miúdos e graúdos, que os manteve atentos do primeiro ao último minuto (e já tinham passado mais de 120).
Além disso, ir à ópera com os primos tem outro gosto e ninguém quis dar parte de fraco (à excepção do G., que se foi deitar no chão do Coliseu para adiantar o sono que já vinha atrasado...).
Domingo foi dia de Concertos Promenade e este foi de qualidade astronómica.
Com os Planetas de Gustav Holst, percorremos a via láctea de planeta em planeta e demos a volta para casa antes de chegar a Plutão.
- Qual foi o planeta que gostaste mais de ouvir?
G.
- O último, o do Shrek2.
(Júpiter, em repetição, no final do concerto, em resposta aos muitos aplausos)
J.
- O Saturno, porque é o senhor dos anéis, como tu mãe. (???)

Agora que compramos o CD, ouvimos Marte até à escola da L. e Júpiter até ao infantário do G.

Como o Domingo foi grande, ainda houve tempo para brincadeiras de primos.


Às caçadinhas, à luz da lua, andaram os polícias atrás dos ladrões, e ninjas em missões especiais e meninos a rebolar pela relva, fria e húmida, mas quem é que se importa com isso?!







quarta-feira, 22 de outubro de 2008

Choro


Regressa o frio e as birras voltam.


Chora porque a meia está torta, porque a água é fria, porque dói o pé a caminhar, porque não quer que olhem para ele, porque o sofá não está direito.

Chora porque ainda não quer dizer o que vai tomar para o pequeno almoço, porque não quer que ninguém decida por ele.

Chora porque lhe digo que está mal disposto e que, se não parar de chorar, eu não posso entender o que ele diz nem o que ele quer.


- Porque choras agora?
- Porque não consigo pôr o choro para dentro!!!



À noite, já nos ríamos os dois por causa do choro...

domingo, 19 de outubro de 2008

a passo de caracol


É nesta condição que aceito encomendas, de amigos ou muito conhecidos: só se for a passo de caracol.

No Natal do ano passado, o marido da minha amiga queria oferecer-lhe um poncho e pediu-me para o fazer...dois dias antes da noite de Natal.

Bem me pareceu que eu andava a enganar as pessoas, sempre a correr, sempre com tralhas comigo, sempre com trabalhos em andamento, sempre com ideias fora da boca! Deu nisto! Uma encomenda com prazo de dois dias de execução. Nem pensar!
Por isso, desde essa altura só aceito encomendas a passo de caracol: Eu até faço, só não sei quando.

O que até traz algumas vantagens, permite escolher melhor o modelo, as cores, o fio e experimentar antes de entregar.



O modelo foi retirado de um livro fabuloso da Norah Gaughan, "Knitting Nature", que apresenta modelos em tricot ou crochet inspirados nas cores e nas formas da natureza.


Este é um caracol!!!


O fio é este, escolhido por quem o vai usar, porque já não estamos em idade para nos melindrarmos com (sem) as surpresas.


A passo de tartaruga vai também esta saia, mas desta vez o cliente, que sou eu, não é exigente com prazos.


sexta-feira, 17 de outubro de 2008

mãos de mestre



Estas são mãos que sabem,

mãos que fazem,

mãos que criam,

mãos que ensinam,

mãos que partilham,

mãos que dão.

E eu recebi, imenso, de uma amiga de longa data que acabei de conhecer...

Afinal Lisboa não é assim tão longe quando o que se traz é tanto.

Obrigada, Luísa, pela tua generosidade e amizade.

Eu volto aí ;)

segunda-feira, 13 de outubro de 2008

ciclos

- Vem ver um "A" aqui no chão. Vem ver, é mesmo um "A"!


- E olha aqui outro e mais outro...eia, tantos "A's"!!!

No último ano do ensino pré-escolar, os meninos tomam o cheirinho das letras e dos números, feitos meninos grandes, quase a entrar para a primária.

Lembro-me que também foi assim comigo, da mesa e da cadeira na "sala da pré", com um caderno de duas linhas para dar o jeito à letrinha redonda.

Mas também me lembro de não ter companhia na cadeira ao lado, de me aborrecer com a brincadeira dos meus colegas, e de ficar ansiosa por ir para a escola da minha mãe e assistir às aulas "da primária" durante toda a tarde. Já o fazia desde os 3 anos, e foi assim que aprendi a ler no quadro preto que "o pai leva o pópó", de lá do fundo da sala.

Agora é diferente, a preparação faz-se mais cedo, e antes dos 6 anos já há trabalhos para casa.

O G. tinha que encontrar palavras com a letra A, recortar, colar e circundar com uma cor diferente para levar no primeiro dia da semana.

Fê-lo com gosto e com a preocupação de não se esquecer e, enquanto falávamos, reparava que as palavras que dizíamos também tinham a letra "A", uma ou duas até.

Agora também não há primária, há ciclos e já conto com dois cá em casa.

Tenho que reconhecer que estas mudanças de ciclo nos andam a pôr a cabeça a circular, numa agitação e ansiedade que espero mesmo que seja cíclica.

A entrada do J. para o 2º ciclo não tem sido pêra doce, que nos tem obrigado a encontrar mais horas no dia, e mais métodos de estudo, e mais estratégias de estímulo e mais momentos de descontracção, porque não se cresce só a trabalhar.

Apesar de a escola ser de eleição, a qualidade de ensino faz jus à fama e o menino tem que dar à perna se quer acompanhar o ritmo de ensino. Muitos livros, outros tantos cadernos, e muitos deveres a cumprir todos os dias.

Este é também um desafio para nós, que estamos a aprender a ser pais de um menino no 2º ciclo e, sem dramatismos, não tem sido fácil.

Contamos com a ajuda inestimável dos avós, professores de profissão e vocação, que revivem os anos de ouro da sua vida, com um aluno especial que, apesar de mostrar resistência, sorve tudo o que ouve, procura aprender tudo o que pode e diz que agora é que percebeu bem as contas de dividir.

- Avó, tu és mesmo boa professora!

E eu garanto que sim, que agora as reaprendi, irremediavelmente viciada na máquina de calcular.

A mudança de ciclo também é sentida pela avó, completamete atarefada, consideravelmente mais feliz por reviver um ciclo tão importante da sua vida, em que preparou para o 2º ciclo os que vieram a ser os melhores alunos da escola. Não me fica mal dizê-lo e é mais do que justo!

Para treinar a leitura, o avô procura peças de teatro para ler com o J., a ver se lhe passa o vício...

O 3º ano da L. também nos dá que fazer e que aprender, e se eu já não me lembrava, nunca mais esqueço que durante o processo digestivo, forma-se o quimo, que vai depois para os intestinos e tal e tal e acaba no ânus, que agora não se chama rabo, e nós afinal andávamos todos enganados.

A matéria está de tal maneira estudada que às vezes ela escorrega para o exagero e há dias, ao jantar, quando partíamos o peixe para os pratos, a L. corrige de imediato o J. que pede o rabo do peixe.

- Não é rabo que se diz, é ânus!

Aproveitando esta onda de ciclos, vou ver se dou um novo ciclo a este blog e passo por cá mais vezes e com mais tempo, porque me dá muito gosto!


Legenda: cavalo de lego, vestido de fio de lã, com toucado de noiva e o pompom é capaz de ser o ramo da dita. Às vezes dá-lhes para estas habilidades e eu acho-lhes piada...



quarta-feira, 1 de outubro de 2008

fora de casa


A menina do meio, a meio da semana, foi dormir a casa de uma amiga, quase menina crescida, quase sem me dar tempo para reagir.
Entre um dia e o outro, sonda-me com a hipótese, fornece os contactos e faz o saco do pijama.
Sem argumentos, sem espaço para "depois vê-se" ou "vou pensar", ela diz-me que já pensou e combinou tudo com a amiga e que a mãe dela também deixa e depois vão as duas para a escola, e adormece rápido, e porta-se bem, e não faz fitas à mesa...e já está o telefone a tocar com a mãe da amiga do outro lado.
E assim lá fomos nós, com uma menina em pulgas por dormir fora de casa, numa casa que não é da avó nem da tia, sem os irmãos nem os pais, só ela e a novidade da experiência.
Envergonho-me só de lembrar que, com a mesma idade, na primeira tentativa de dormir fora de casa sem a minha mãe, fiz um pranto descomunal em casa dos meus primos, cheia de saudades e de mimo, e acabei por regressar a casa já tarde da noite e de pijama vestido, sob o pretexto de uma dor que nunca senti.
Deixei-a muito bem, a armar-me em descontraída, mas com a sensação que ficou lá também um braço dos meus, ou uma perna, ou qualquer parte do corpo que não sangra a sair mas dói que se farta.
O J. e o G. também foram e à saída, o J. diz-me que a casa da amiga da L. é gira, tem muitas coisas, muitas televisões, dvd's, um computador e play station ... mas está tão arrumada?!!
O que me podia deixar frustrada, animou-me. Realmente a nossa casa não tem tantas coisas, tantas máquinas e não está, realmente não está nada arrumada.
Na desarrumação da nossa casa brinca-se muito, constróem-se castelos no meio do quarto, confrontam-se barcos no meio da piscina, montam-se puzzel's no chão da sala, dribla-se a bola no meio da cozinha, fazem-se espectáculos de teatro com as roupas do Carnaval, pinta-se com tinta no quarto de engomar e fazem-se robots de cartão no escritório...

Às vezes, também se deita depois das 23h em dias de escola, como ontem.

Mas ontem, ontem o dia foi especial, foi dia de festa e de alegria, foi dia de cantar muitos anos de vida ao pai dos muitos e apagar 36 velas, que eu ajudei a soprar mais de 20 vezes...