...ou apenas cumpridores dos seus deveres.
Não sei.
Os condutores quando não são empatas, são normalmente apressados, aflitos, intrometidos e demasiadas vezes agressivos para as distracções de uns (oops), as aselhices de outros e para os azares de alguns.
Hoje fiquei parada atrás de um carro que avariou na subida de uma rua de via e sentido único. Parou, estrebuchou e não mais se mexeu. O condutor esforçou-se imenso, ainda saiu do carro tentando-se desculpar pelo que estava a acontecer, mas nada conseguia fazer porque o seu carro fez mesmo greve. Voltou a entrar, ia dando à ignição mas o carro apenas soluçava.
Atrás de mim estava mais de uma dezena de carros e, para meu espanto, e satisfação, ninguém buzinou, mas também ninguém se mexia. Como tinha mesmo que ir trabalhar, sai do carro e do alto do meu metro e meio ofereci-me para empurrar o carro para uma zona que permitisse a passagem dos outros, não sem antes apelar ao condutor do carro de trás, que era moço jovem e mostrava ter força nos braços.
Passados uns segundos já éramos uns quantos, uns de fato, outros de tacões e aqui a menina de sapatos de verniz, a dar ao carro aquilo que ele não tinha.
O dono ficou mais tranquilo, embora o seu almoço ainda fosse demorar bastante a chegar, e nós podemos ir todos à nossa vida.
Fiquei contente, afinal nós, os condutores, os portugueses, não somo assim tão arruaceiros no que toca a andar na estrada.
2 comentários:
Empurrar carro de sapato de verniz é estiloso e cosmopolita! :D
Agora lembraste-me uma vez que levei uns sapatinhos de verniz a um jogo de futebol :)
Tens sorte! Eu só tenho apanhado os empatas, stressados, aflitos e principalmente agressivos!
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