Não por falta de inspiração, nem de ocasião, se justificam as minhas ausências neste espaço com histórias novas dos meus muitos. Umas boas, outras engraçadas, outras bem ensarilhadas, com ralhetes e duros castigos à mistura. Mas também não me apetece pensar nisso porque hoje correu mal, ... mas já passou.
A verdade é que a falta de trabalho de há uns tempos atrás, levou-me à procura de uma solução que me impedisse de cair num estado a que me recusava a ceder.
Encontrei-a e "curei-me" com mais trabalho, muito trabalho...demasiado trabalho, e isso tem-me tirado tempo que devia ser deles.
Ando à volta das linhas, das agulhas, de referências, de fornecedores, facturas e outras papeladas menos divertidas, mas necessárias.
Para outro dos meus empregos, faço algum trabalho de casa e tenho sempre muitas dúvidas, até porque sou mais técnica que criativa, mais perfeccionista que intuitiva. E sempre que me surge um problema novo, um ponto que nunca executei ou uma técnica que nunca experimentei, lá vou cheirar aos livros, espreitar nos sites e, obviamente, pedir ajuda à minha artista de eleição.
Mais coca bichinhos do que eu, a minha mãe vira, revira, faz e desfaz até encontrar a solução, até descobrir o segredo.
Estes dias temos passado umas horas nestes preparos, que me lembram outros tempos de infância em que passávamos o serão com as minhas primas e a minha madrinha a cortar e a coser roupas, a crochetar colchas ou a tricotar camisolas. Ninguém percebia como é que isso nos divertia, mas ainda hoje me dá imenso gozo estar um par de horas com a minha mãe a descobrir como é que aquilo foi feito, nem que seja preciso tirar a amostra do álbum que ela fez na Escola de Formação Feminina. É lindo, rico e está tão perfeitinho, que não admira que lhe tenha dado a nota máxima no final do curso. Agora já é meu por afeição e por usucapião...
Mas para que não se pense que eu me desliguei das voltinhas dos meu filhos, uma das razões que me deixou mais agarrada a este teclado e menos abraçada a eles na hora de dormir, foi o esforço que eu e todos os pais da sua escola fizeram para salvaguardar o seu direito a ser crianças durante mais tempo, e que lhes fosse reconhecido o direito de não usufruírem de um benefício que alegadamente é facultativo, permitindo que cada um faça as suas escolhas.
Naturalmente que me refiro às actividades de enriquecimento curricular que se pretendiam intercaladas (chamam-lhe flexibilizadas) com as actividades curriculares (e não após o seu termo) e que os prendiam à escola para além do desejável.
Mas isso são outros quinhentos e com o alívio que agora sinto com a justa solução encontrada, também não me apetece falar disso.
Vou ali para o sofá continuar o meu trabalho de casa!
2 comentários:
Working hard. Mas com bons resultados pelos vistos e muita canseira também. Um abraço.
Como te entendo (em quase tudo) . Especialmente nessa coisa das actividades de enriquecimento curricular...
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