Presentear é um gosto, é um privilégio, é o prazer de fazer alguém feliz.
Adoro oferecer presentes, na data, fora da data, a propósito, sem propósito, ou apenas porque sim.
Os primeiros presentes que ofereci eram feitos de cartão, coloridos, recortados e com dedicatórias afectuosas para os mais chegados.
Com 12 anos, juntei 1.200$00 e comprei um presente de Natal para oferecer a cada um na noite da festa, 12 ao todo. Porque não podia pagar mais do que 100$00 para cada um, expliquei-me em cada loja, que era para a avó, e para a mãe, e para o tio... e não podia custar mais do que 100$00. E assim ofereci uma jarra para a minha avó adornar o santuário que tinha no quarto, e uma mini bola de queijo flamengo para a minha tia que me contou ter crescido com o desconsolo da falta de queijo na mesa. Encontrei ainda uma roleta de jogo por menos de 100$00, que chegou para comprar uma caneta bic para ajudar o meu avô fazer o totobola, pensei eu. Este deve ter sido o maior erro de casting nos meus presentes, porque ele, para além de não jogar, não gostava de jogo e gostava ainda menos que eu tivesse gasto meu dinheiro numa coisa daquelas.
Desde então, não deixei de oferecer presentes aos meus amigos e à minha família, com mais ou menos dinheiro, mais ou menos sucesso.
Sobretudo em datas especiais e a amigos especiais, esforço-me para que o presente saia dos fios de renda ou de lã ou da costura dos tecidos. É um pedaço de mim que fica com cada um deles, é um pedaço de tempo que já não é só meu, é meu e deles. Para mim tem mais valor, espero que para eles também.
Mas em época de Natal, se penso em cada um deles com muita antecedência e programo o que quero fazer para cada pessoa, acabo sempre por deixar tudo para os últimos dias, numa corrida contra o tempo, numa ansiedade desconfortável que quase tira o prazer de oferecer tempo.
Conto com a ajuda dos meninos, nas decisões a tomar, na escolha das cores e das formas, mas o tempo é curto e foge-me das mãos.
Apesar disso, este ano propus aos mais velhos oferecer um presente aos seus amigos mais próximos, miúdos e graúdos, incutindo-lhes o prazer de dar, sobretudo àqueles que durante todo o ano lhes dão a sua amizade, a sua atenção, a sua dedicação. Eles gostaram da ideia e decidimos criar objectos para as meninas e oferecer livros aos meninos.
E assim saíram marcadores de livros, cadernos, estojos de lápis (ainda a caminho).
Se calhar para este Natal ainda falta muito tempo...
1 comentário:
Fico à espero do meu ...
Bjs
Maria da Graça
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