Fomos
lá e voltamos, sem perder nenhum pelo caminho.
Depois de 4 horas sobre rodas, mais 7 horas sobre asas e mais 2 horas sobre rodas (e umas quantas sobre pernas) ainda chegamos mais depressa ao Brasil do que o
Pedro Álvares Cabral.
Pelo caminho, foram intoxicados por chupa-chupas e pastilhas elásticas, incrédulos com tanta benevolência da mãe.
- A sério, posso comer outro chupa? Mas comi um ainda agora?!
Se os atrasos na descolagem fossem maiores eu chegava com as crianças sem dentes...
Para grande vergonha minha, falhou a logística nos preparativos e os protectores solares xpto comprados com uma antecedência milenar, ficaram em casa e tivemos que recorrer aos produtos locais. Vieram mais moreninhos, e deixa lá isso, porque ninguém se queimou.
Não se queimaram, mas esborracharam-se logo ao 2º dia, porque os meninos não são de perder tempo:
A L. pisou a cana do nariz num trajecto subaquatático sem abrir os olhos. Afinal a piscina era mais estreita do que ela estava à espera...
E o J. mergulhou directo ao fundo da piscina e deixou lá ficar um bocadinho dos dentes.
Para susto já lhes valeu, porque andaram mais sossegados o resto da semana.
Só os mosquitos não deram tréguas, que chegavam sem fazer barulho, mas mordiam bem melhor!!!
Em regime de tudo incluído, porque viajar com estes alarves tem o que se lhe diga, nem eles acreditavam na facilidade do sistema:
- E podemos pedir tudo o que quisermos?!
- Quase tudo...
- E não temos que pagar?!
- Nós já pagamos antes...
2 ou 3 dias depois já queriam ser brasileiros e encarnaram o espírito de tal maneira, que passavam o tempo a dizer:
- Cáramba!
- Vamos prá praia, todo o mundo!
Provaram muitas frutas e aprenderam a gostar de algumas: mamão, manga, graviola, maracujá, caju.
O mais exótico de todos é mesmo o G., que comeu, tapioca, feijão preto, calabresa, milho e muita, mesmo muita melancia.
Havia um clube infantil muito animado pelos "tios", que passavam o tempo a convidá-los para a brincadeira.
Eram muito criativos, com oficinas durante o dia e animação à noite.
O Jacaré na praia (caçadinhas com tinta) foi um sucesso...
...e a oficina de pipas (papagaio de papel) foi muito divertida.
Numa roda de apresentação aos outros meninos, eles identificaram-se assim:
- Eu sou o G., venho de Canelas e quero ser futebolista.
- Eu sou a L., venho de Canelas e quero ser duende.
- Eu sou o J., venho de Canelas e quero ser quem sou.
Mas nenhum deles se entusiasmava muito e gostavam mais de estar connosco a brincar.
Foi bom assim, sem regras, sem rotinas e com muito sol.
Andamos de buggy...
...e de canoa, em direcção a África!
Deu tempo para tudo, para tricotar...
...e pôr a leitura em dia...
Ficou na boca o gosto da tapioca de coco, do doce de mamão, da macaxeira frita, do peixe com molho de coco, da feijoada, da farofa e de todas as frutas!
No fim da viagem, a L. pergunta qual é o continente que vamos conhecer no próximo ano...o Europeu, porque nós temos que ganhar fôlego!