segunda-feira, 14 de janeiro de 2008

A revolta da Maria da Fonte!


Dos 3, a L. é definitivamente a mais calma, mais organizada e mais responsável.


As orientações que recebe cumpre-as sem desvios, desde que as entenda muito bem (mas muito bem mesmo) e até ajuda a convencer os irmãos quando estes oferecem mais resistência:

- Tem que ser! É melhor fazer como os pais dizem! Não custa nada!
E outras pérolas que regalam aos ouvidos.


Tem um sentido de justiça impressionante, não admitindo repreensão quando está convencida que tem razão ( e normalmente tem razão).


Mas quando se passa...aquela menina quando se passa realmente daquela cabeça...não há quem a segure.


Há dias levou-nos às lágrimas, de nervos e de riso, com uma das suas cenas que eu não resisto a contar.


Frustrada porque o pai desligou a consola de jogos, que já estava a dar baba e ranho entre irmãos, deu um valente chuto na almofada que estava no chão.

O pai pediu para ela a apanhar e ela recusou-se determinantemente a fazê-lo porque não foi ela que a deitou ao chão e que não era empregada da casa.

O pai insistiu dizendo que apesar de não a ter atirado para o chão, quem a chuta também a pode arrumar.

Do alto dos seus 7 anos afirmou que não apanhava e nem valia a pena insistir porque ela não estava ali para servir ninguém:


- Quem a deitou ao chão que a apanhe!
Segue-se birra, choro e quarto para acalmar, já carregada escadas acima no colo do pai.


Faz ainda mais birra, chora ainda mais alto e dá murros na porta para descarregar a fúria.


Aconselho-a a bater antes no chão para não estragar a porta e a zanga vira-se para o meu lado:


- Vou para casa da minha avó para ela me levar aos meus pais verdadeiros, porque vocês não podem ser meus pais, vocês roubaram-me quando eu era pequenina!

Apertei a barriga, mas não consegui conter o riso. Não melhorei muito a situação.


Consegui trazê-la para a mesa e convencê-la a jantar, não sem antes ela tentar mesmo sair pela porta de casa em direcção à casa dos avós, à procura dos "pais verdadeiros".


Nessa altura eram já os irmãos espantados e ao mesmo tempo aflitos que se apressavam a fechar as portas não fosse a menina sair mesmo (e é que ela saía...)


À mesa disse-lhe que, se ela quisesse, íamos depois de jantar até à esquadra da polícia e perguntávamos aos senhores guardas se sabiam onde estavam os pais verdadeiros da L. e se a podiam levar ao seu encontro. Mas antes, ela tinha que comer a sopa.


- Ai levas-me lá, levas? Então vais ficar presa, porque tu roubaste-me!
Não passaram 5 minutos e ainda cheia de orgulho, diz que quer dizer uma coisa, mas não diz, porque já sabe qual é a resposta.


- Diz lá.

- Quero pedir desculpa, mas como vocês não vão desculpar, não peço!

Pediu, e nós, claro, desculpamos e abraçamos aquela princesinha como se fôssemos os seus pais verdadeiros... ;)

8 comentários:

Catarina disse...

Que espertalhona lololol
Mas tens sorte de ela reconhecer que errou.
beijocas

Anónimo disse...

Devias escrever um livro de crónicas sobre os teus filhos. As tuas histórias são muito engraçadas :D

Mónica disse...

lolol
Ahah!!então ías à policia?! Que esperta a L.!
Demais!:-)
Bjs

Celia disse...

A quem sairá a princesa?
Sentido de justiça não lhe falta!

Tereclopes disse...

Haja paciência, eles têm cada uma ... mas coitadinha, reconheceu que errou e pediu desculpa, como se fosse realmente vossa filha ...
Beijocas

ana margarida disse...

:)))))))

Unknown disse...

Oh Isabel, foi mesmo de ir às lágrimas. Temos um pequeno com uma infecção respiratória em casa e resolvemos espreitar em conjunto o teu blog. Perguntava ele:"mãe estás a rir ou a chorar?"Beigo grande amiga

Anónimo disse...

Olá Isabel
Parece-me que relativamente aos comentários há alguma confusão, a L. é v/ filha, ela só usou este estratagema para poder levar a sua avante. O que é muito comum nesta idade.
Bjs
Maria da Graça