quarta-feira, 30 de julho de 2008

transatlântico



Fomos e voltamos, sem perder nenhum pelo caminho.
Depois de 4 horas sobre rodas, mais 7 horas sobre asas e mais 2 horas sobre rodas (e umas quantas sobre pernas) ainda chegamos mais depressa ao Brasil do que o Pedro Álvares Cabral.


Pelo caminho, foram intoxicados por chupa-chupas e pastilhas elásticas, incrédulos com tanta benevolência da mãe.


- A sério, posso comer outro chupa? Mas comi um ainda agora?!


Se os atrasos na descolagem fossem maiores eu chegava com as crianças sem dentes...



Para grande vergonha minha, falhou a logística nos preparativos e os protectores solares xpto comprados com uma antecedência milenar, ficaram em casa e tivemos que recorrer aos produtos locais. Vieram mais moreninhos, e deixa lá isso, porque ninguém se queimou.



Não se queimaram, mas esborracharam-se logo ao 2º dia, porque os meninos não são de perder tempo:

A L. pisou a cana do nariz num trajecto subaquatático sem abrir os olhos. Afinal a piscina era mais estreita do que ela estava à espera...


E o J. mergulhou directo ao fundo da piscina e deixou lá ficar um bocadinho dos dentes.

Para susto já lhes valeu, porque andaram mais sossegados o resto da semana.


Só os mosquitos não deram tréguas, que chegavam sem fazer barulho, mas mordiam bem melhor!!!


Em regime de tudo incluído, porque viajar com estes alarves tem o que se lhe diga, nem eles acreditavam na facilidade do sistema:



- E podemos pedir tudo o que quisermos?!
- Quase tudo...
- E não temos que pagar?!
- Nós já pagamos antes...



2 ou 3 dias depois já queriam ser brasileiros e encarnaram o espírito de tal maneira, que passavam o tempo a dizer:


- Cáramba!
- Vamos prá praia, todo o mundo!




Provaram muitas frutas e aprenderam a gostar de algumas: mamão, manga, graviola, maracujá, caju.


O mais exótico de todos é mesmo o G., que comeu, tapioca, feijão preto, calabresa, milho e muita, mesmo muita melancia.




Havia um clube infantil muito animado pelos "tios", que passavam o tempo a convidá-los para a brincadeira.


Eram muito criativos, com oficinas durante o dia e animação à noite.


O Jacaré na praia (caçadinhas com tinta) foi um sucesso...






...e a oficina de pipas (papagaio de papel) foi muito divertida.






Numa roda de apresentação aos outros meninos, eles identificaram-se assim:



- Eu sou o G., venho de Canelas e quero ser futebolista.

- Eu sou a L., venho de Canelas e quero ser duende.

- Eu sou o J., venho de Canelas e quero ser quem sou.




Mas nenhum deles se entusiasmava muito e gostavam mais de estar connosco a brincar.




Foi bom assim, sem regras, sem rotinas e com muito sol.


Andamos de buggy...



...e de canoa, em direcção a África!




Deu tempo para tudo, para tricotar...




...e pôr a leitura em dia...






Ficou na boca o gosto da tapioca de coco, do doce de mamão, da macaxeira frita, do peixe com molho de coco, da feijoada, da farofa e de todas as frutas!


No fim da viagem, a L. pergunta qual é o continente que vamos conhecer no próximo ano...o Europeu, porque nós temos que ganhar fôlego!

sábado, 19 de julho de 2008

workistó

nas palavras do G.... mas há quem lhe chame Workshop, que é mais chique. Eu, com a idade deles, ia mesmo para a Mestra!!!


Estes foram para crianças, com o intuito de criar uma oportunidade para brincar aos fios, às agulhas, aos trapos e às cores.


Com idades abaixo dos 10 anos, fizeram coisas de adultos e o fascínio era sempre para as técnicas mais ousadas.


No primeiro dia trabalharam os fios, de lã ou de algodão, e fizeram pompons para enfeitar colares, para oferecer à mãe, à tia, à avó...



A L. fez este, que lhe fica muito bem!








No final de cada sessão, cada um trazia para casa o material que usou, e foi um tal andar de produção de pompons, que conseguiu cativar a ala masculina da casa...







Na escola, os amigos da L. fartaram-se de enrolar fio e fizeram pompons para vender numa loja improvisada.



No mesmo dia, as mais velhinhas experimentaram o tricot com as agulhas luminosas e concluíram que o ponto só lhes saía bem quando as luzes estavam ligadas. Já ninguém fez um vestido para a boneca, mas uma bolsa para o telemóvel...sinais dos tempos!!!







Depois seguiram-se os bordados, em postais muito coloridos, que eram picotados previamente para depois serem bordados ao gosto de cada menina.





Esta rã bailarina ficou bem bonita e o ponto atrás aprendido na perfeição!










Ontem foi a vez do crochet e do patchwok, o mais ansiado por uma das meninas que finalmente ia aprender a coser numa máquina igual à da avó.



Destinada a guardar os trabalhinhos dos bordados, ficou linda a bolsa da Maria Luís. Tem um bolso no interior e uma alça ajustável. Um mimo! A avó agora que se prepare, pois tão cedo ela não dará sossego à máquina de costura.






Há quem diga que a ração não é para quem se talha, mas para quem a come!



Por isso, a nossa aluna mais velha de ontem, era um bocadinho mais velha do que todas as outras meninas, mas estava ainda em idade para aprender a coser à máquina e não deu o tempo por perdido.





Até ela ficou espantada com a elegância do seu trabalho! E não é para menos...


O gosto por estas coisas já se sabe que é mais coisa de fêmeas, mas os machos apareceram por lá e deram um uso diferente aos materiais, como este monstro dos dedais!!!








Hoje ainda haverá feltragem com água, para os mais pequeninos de todos, que se vão consolar a chapinar as mãos para criar bolas e formas divertidas com a lã.

Diverti-me muito e penso que eles também, a avaliar pela quantidade de vezes que chamaram Isabel, Isabeel, ISABEELLL quando caia uma malha ou precisavam de enfiar a linha na agulha, sem querer perder nem um minuto.

quarta-feira, 16 de julho de 2008

andar de mãos




- Olha mãe, o que eu consigo fazer, andar de mãos!


Esta calor dá para tudo, põe-nos de pernas para o ar e a andar de mãos...






Vou ver se passa a gracinha, para ele não ter que andar de pontos...





domingo, 13 de julho de 2008

a volta ao dia...

...em duas festas.


Este final de ano, se não me matar, faz-me mais forte, a mim e ao pai, que nunca se viu tão activo nestas andanças.


Hoje então foi o top, num só dia, duas festas, três vedetas, seis personagens!!!


À tarde demos a volta ao mundo e à noite fomos até ao céu, com o "João Pé de Feijão".


Da plateia, os pais viram o mundo visto de cima, o culminar da experiência que fizeram ao longo do ano na escola, onde passaram pelos vários planetas, conheceram as várias culturas, costumes e particularidades dos povos mais recônditos do planeta, sem sair da sala de aula.

O J. era um membro de um grupo budista da Ásia,
... a L. uma bailarina indiana ...


...e o G. o capitão da equipa de râguebi da Nova Zelândia.


Dançaram, cantaram e encantaram.



E porque a vida de artista não dá tréguas, apresentaram-se à noite na Ópera infantil "João e o pé de feijão" na Escola de Música, com uma energia e preserverança que não lhes conhecia. Nem eu nem o gigante narigudo, que adormeceu e deixou o "João" colher as folhas de ouro do pé de feijão mágico.


Agora já dormem e eu também devia fazer o mesmo, não estivesse eu com tantas saudades de passar por cá...

domingo, 6 de julho de 2008

de dormir



...e de rodar...






De chita, feita pela minha mãe para mim, já há mais de muitos anos.

Que a minha irmã vestiu e também rodou.


Ela agora também a veste, roda e dorme.

Com chitas foi também o espectáculo de final de ano do Ginasiano, uma ode à cultura genuinamente portuguesa, concebida e interpretada numa extraordinária harmonia de imagens, sons, danças e cores.

É excelente o trabalho desta escola, que cultiva nos seus alunos o gosto pela arte.




Fui assistir ao último dia da festa e trouxe para casa um pequeno duende de cabelos loiros e olhos azuis, que guardou até ao final o segredo sobre a sua identidade.

- Descobriste quem era eu, mãe?



(Como se eu a pudesse confundir...)